terça-feira, junho 14, 2016

Temporada de teatro da REDE apresenta:


Espetáculo (Des)pertencimento

Dias 09 e 10 de julho
Na Casa da Cultura de Itajaí 
às 20h

Ingressos limitados

RESERVA PELO EMAIL: 


andantereserva@gmail.com 

Ingressos: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 ( meia)




SINOPSE

Duas pessoas que andam de lugar em lugar levando consigo seus objetos revestidos de afetos e carregados de memórias, pela simples necessidade de lembrarem suas identidades: de onde vieram, quem são, o que buscam...
Delicadamente, eles tocam na saudade, que é deles, mas que também é do publico. Escavam,  memórias de si próprios e oferecem aos espectadores por meio de objetos remanescentes de suas trajetórias pessoais , que ganham vida própria e se misturam com as do espectador -  as  que ainda estão guardadas e as que já  se perderam...

FICHA TÉCNICA


Direção: Sandra Vargas

Atuação: Jô Fornari e Laércio Amaral

Dramaturgia: Sandra Vargas
( a partir de relatos autobiográficos dos atores)

Cenário e adereços: Sueli Andrade

Cenotécnico: Agnaldo Souza

Trilha sonora: Guilhermo Santiago

Iluminação: Luis André Querubini.

Adaptação de luz: Flavio Andrade

Figurinos: Marlon Zé

Designer gráfico: Daniel Olivetto

Operadora de som: Laura Osório

Operadora de luz: Adriano Magalhães

Produção:  Cia andante 
   
Recomendado para público acima de 12 anos
 Duração:  80 min
Publico limitado: 40 lugares


SOBRE O (DES)PERTENCER

Somos uma construção elaborada com frágeis tijolinhos de lembranças, tingida por sentimentos às vezes nobres, às vezes patéticos, essencialmente humanos.

Ser ou pertencer a um lugar, a angústia da inadequação e algumas de nossas memórias foram as inquietações que nos moveram a adentrar nesta montagem. Estas mesmas inquietações se transformaram nos impulsos que estabeleceram a dramaturgia do espetáculo, criando uma composição entre objetos e lembranças guardadas desde sempre.

O imigrante que sai de sua terra em busca de melhores horizontes; a pessoa que sai do interior na direção do sonho da cidade grande; o impulso de viajar e conhecer o mundo, pessoas e lugares; o sentimento de inadequação; o distanciamento e a saudade da terra, do lugar de origem, das próprias raízes.


SOBRE A DIREÇÃO


“A Cia Andante me convidou para a construção de um projeto que falaria de despertencimento. Começamos pelos objetos: pedi aos atores para trazerem os objetos que quisessem para o ensaio. Para minha surpresa, Jô tinha objetos guardados desde a sua infância até os dias de hoje. Ali estava toda uma vida, que foi se revelando humana e sensível, um mundo que para mim era desconhecido e ao mesmo tempo com o qual eu me identificava profundamente pelo aspecto humano.

Laércio, que inicialmente não estaria em cena, acaba entrando no processo, pois as memórias de Jô despertaram as suas memórias de uma maneira delicada e poética. Buscamos, então, que as histórias se entrecruzassem.

Neste processo pudemos experimentar o objeto como portador de memórias afetivas, onde o que havia de mais importante na sua utilização não era a manipulação e sim o que ele despertava nos atores.

Assim, o despertencimento aparece como uma questão que é de todos nós, e que revela uma fragilidade que buscamos esconder, mas que é dela de que somos feitos.” 

Sandra Vargas

  
SOBRE  A  LINGUAGEM  E  A  PESQUISA


O teatro de objetos tem como principal característica a utilização de objetos prontos (ready mades), deslocados de sua função utilitária. É o teatro no qual se representa com objetos sem transformar a sua natureza, criando uma dramaturgia a partir da associação de ideias que os objetos despertam no ator e no espectador, principalmente através de metáforas, imagens e simbolismos.

Em 1980, Katty Deville, juntamente com Cristhian Carrignon, do Teatro de Cuisine e outras companhias como o Velo Theatre, Gare Central, Bricciolle, Theatre Manarf, que faziam um tipo de teatro muito parecido na Europa, disse que o que faziam era “teatro de objetos”, e essa terminologia ficou e foi se difundindo com aquelas companhias e outras que surgiram após.

 No processo do espetáculo “(des)pertencimento”, inspirados pela pesquisa do Grupo Sobrevento, do qual a diretora Sandra Vargas faz parte, experimentamos ir além do modo tradicional como se manifesta o teatro de objetos. Provocados pela diretora, fomos desenvolvendo um olhar e uma ação multifacetada sobre os objetos enquanto portadores de memórias afetivas. Assim, importava mais o conteúdo emocional e os relatos que o objeto despertava nos atores, do que o próprio objeto em si, suas significações aparentes ou mesmo a sua manipulação em cena. Toda estrutura dramatúrgica do espetáculo foi alicerçada através destes elementos norteadores.

À medida que os atores iam se relacionando entre si e com seus objetos pessoais durante os ensaios, foram se revelando situações que transcendiam as histórias pessoais e tocavam na experiência humana de um modo mais amplo, universal. Neste sentido, o olhar da direção foi fundamental para entrelaçar as ações e intenções dos atores num encadeamento de cenas, fundamental para a construção da tessitura dramatúrgica.

O objeto carregado de memórias foi, no processo, o coadjuvante de histórias vividas, dos afetos e desafetos inerentes à experiência pessoal. Foi ele, quem abriu as pequenas gavetas onde escondemos nossas fragilidades e que nos revelam como humanos e que fazem com que nos aproximemos uns dos outros. Assim, surgem os “despertencimentos” que nos incomodam e que procuramos esconder, mas que, quando revelados, vêm nos mostrar o tecido sensível do qual todos nós somos feitos.





FRÁGIL. CONTÉM MEMÓRIAS.

Espetáculo dedicado à memória do Velho Puga e de todos nossos antepassados.